quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O cravo e a rosa


No campo havia uma rosa
A rosa brincava de sonhar
No campo havia um cravo
O cravo queria amar

A rosa sonhou então
Que com o cravo iria casar
O cravo então ficou contente
Porquê então tinha alguém para amar

A rosa convidou a todos
De peixe a sabiá
O cravo fez a comida
Pois a todos queria agradar

A rosa se vestiu de noiva
Com música foi em direção ao altar
O cravo com um bonito terno
Estava lá a esperar

A rosa com aliança no dedo
Se deixou chorar
O cravo todo alegre
Foi logo lá para abraçar

A rosa foi muito feliz
Com casa e três sementes pra cuidar
O cravo foi muito alegre
Pois agora tinha quatro para amar

Vi no céu uma ave


Vi no céu uma ave
Que abria suas asas
Mas não conseguia voar

Vi no céu uma ave
Que cantava baixinho
Pra ninguém escutar

Vi no céu uma ave
Que chorava pouquinho
Com medo de me acordar

Hoje eu


Hoje eu acordei com sozinho
A janela aberta
Hoje eu acordei com medo
A terra coberta

Hoje levantei cedo
O dia não raiou
Hoje me arrumei direito
Mas não bastou

Hoje fui brincar lá fora
Já não tinha nada
Hoje fui dormir sem sono
A noite não chegou

Impossível


Meus olhos foram de encontro aos seus
Visão tamanha que me enrubesceu
Fiquei parado, não saia palavra
Que descrevesse tamanha imagem montada

Real não haveria de ser
Poderia realmente existir tal ver?

Poderia descrever alguém tamanha beleza?
Tamanha certeza
Tal desafio de olhar?
Tal jeito de andar?

Poderia alguém falar?
Sem se perder no infinito ritmo do seu pulsar?
Sem enlouquecer e passar dias e dias a sonhar?

Finalmente achei palavra que a descrevesse:
Impossível